COVID-19
20 Abril de 2021 | 08h37

África sem previsão de receber mais vacinas da AstraZeneca

A União Africana não consegue prever quando obterá novas vacinas da AstraZeneca, destinadas à segunda dose de imunização contra a Covid-19, afirmou o director do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (Africa CDC).

"Neste momento, não podemos prever quando chegarão as segundas doses”, afirmou John Nkengasong, em declarações, recentemente, na conferência de imprensa semanal da organização, em formato digital, a partir da sede da União Africana (UA), em Adis Abeba, Etiópia. 
O virologista camaronês referia-se à circunstância de o Instituto Serum da Índia - o principal produtor da vacina da AstraZeneca, que vinha a ser distribuída aos países de baixos rendimentos, através do mecanismo COVAX - ter suspendido a exportação de vacinas no final de Março, para dar resposta a um novo surto da pandemia na Índia. 
Nkengasong explicou que a primeira dose da vacina proporciona, porém, um elevado grau de protecção, que a segunda dose "reforça”. 
"Estamos confiantes de que o Instituto do Serum e o Governo da Índia irão libertar (novas) vacinas o mais rapidamente possível”, acrescentou, até porque "a Índia não é uma ilha” e a subida das taxas de imunidade internas não resolve a questão, se a pandemia, com as suas novas variantes, continuar a crescer no resto do mundo, explicou. 
O coordenador do Programa de Imunização e Desenvolvimento de Vacinas da Organização Mundial de Saúde (OMS) para África, Richard Mihigo, afirmou, também sexta-feira, numa segunda conferência de imprensa virtual, que a situação "irá provavelmente melhorar em breve”. 
Mihigo recordou que, nas últimas horas, seis países, incluindo o Níger, Mauritânia, Ilhas Comores e Guiné-Bissau receberam as suas primeiras doses através da Covax, um mecanismo promovido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para facilitar o acesso equitativo à vacina antiviral por parte dos países menos desenvolvidos. 
"Tudo foi posto em prática para garantir que os países recebam as suas segundas doses a tempo”, acrescentou Mihigo. Lembrou que deve ser deixado um intervalo de até três meses entre as duas doses, para uma maior eficácia.

Fonte: JA