Mensagem do Presidente da República por ocasião do 04 de Abril, dia da Paz e da Reconciliação Nacional
Angolanas e Angolanos.
Caros Compatriotas.
Angola celebra
amanhã, 04 de Abril, o 19º Aniversário do Dia da Paz e da Reconciliação
Nacional, apenas alguns dias depois de termos assinalado com o devido
relevo, o Dia da Libertação da África Austral.
Essas duas datas
estão intrinsecamente ligadas, pois o dia 23 de Março consagra a nossa
vitória na Batalha do Cuito Cuanavale sobre o Exército do regime do
"apartheid”, o que tornou possível a Independência da Namíbia, a
democratização da África do Sul e o começo do fim do longo conflito que
colocou irmãos do mesmo país uns contra outros.
Com as consequentes
transformações políticas ocorridas na África Austral, foi possível aos
povos dos países que a integram enveredar pelo caminho da paz, da
democracia, do desenvolvimento e da cooperação.
Em Angola, com a
solene assinatura aos 4 de Abril de 2002 do Memorando de Entendimento
entre o Governo legítimo e a UNITA, a Paz e a Reconciliação Nacional
tornaram-se uma realidade, e os irmãos desavindos perdoaram-se
mutuamente, abraçando a sã convivência na base do respeito, da
tolerância e do civismo.
O passado foi doloroso, de muita
angústia e sofrimento. Hoje, o compromisso colectivo de toda a Nação é o
de tudo fazermos para evitar e impedir, em definitivo, o regresso
daquela nuvem escura e tenebrosa que se abateu sobre Angola e se manteve
por quase três décadas.
Há 19 nos que o país beneficia dos ganhos
da paz em todos os domínios da vida política, económica e social. Deu-se
início à reconstrução nacional das infra-estruturas destruídas. Foram
feitos importantes investimentos nas vias de comunicação rodoviárias e
ferroviárias, em portos e aeroportos, na construção de habitações, em
estabelecimentos de ensino e unidades hospitalares de diferentes
categorias.
Destacamos ainda os ganhos no aprofundamento da
democracia, das liberdades e garantias dos cidadãos e uma maior abertura
ao mundo. Fizemos avanços significativos no combate à corrupção e na
melhoria do ambiente de negócios.
Demos início, com algum
sucesso, à diversificação da nossa economia, processo que teria
progredido muito mais não fosse o surgimento da pandemia do novo corona
vírus, o COVID-19, que, a exemplo do que acontece em todo mundo, tem
condicionado sobremaneira o sucesso de nossos programas e projectos.
Os
angolanos querem ver estas conquistas preservadas e consolidadas, o que
só é possível se formos capazes de preservar e consolidar a segunda
maior conquista depois da nossa Independência: a Paz e a Reconciliação
Nacional.
Nesta data de festa e de reflexão, rendamos profunda
homenagem a todos os angolanos que se sacrificaram, a todos aqueles que
perderam a vida para tornar possível o fim do conflito armado e o
alcance da paz definitiva no nosso país.
Uma palavra de
reconhecimento ao Presidente José Eduardo dos Santos, pela magnanimidade
demonstrada, na altura dos acontecimentos que determinaram a
oportunidade de fazer a paz.
Que este Dia da Paz possa servir para
uma jornada de profunda introspeção e reflexão, sobre o papel que cabe a
cada Partido Político, a cada Organização da Sociedade Civil, a cada
Igreja, a cada cidadão individualmente, na preservação e consolidação da
Paz e da Reconciliação Nacional, no engrandecimento e prosperidade do
país que nos viu nascer.
Viva a Paz e a Reconciliação Nacional.
Viva Angola, Nossa Terra, Nossa Mãe.
João Lourenço cumpre
promessa e recebe Bíblia O
Presidente da República, João Lourenço, participou, ontem, em Luanda,
pela primeira vez, num culto ecuménico de acção de graça pela paz em
Angola, cumprindo uma promessa feita em Novembro do ano passado, quando
reuniu com líderes religiosos, no Palácio da Cidade Alta.
Ao culto,
realizado no pavilhão principal de basquetebol da Cidade Desportiva, o
Chefe de Estado fez-se acompanhar da Primeira-Dama da República, Ana
Dias Lourenço, e de vários membros do Executivo. No final da cerimónia,
que durou mais de duas horas, os líderes religiosos ofereceram uma
Bíblia Sagrada a João Lourenço e à esposa.
O secretário-geral da
Aliança Evangélica de Angola, reverendo António Mussaqui, esclareceu, o
Jornal de Angola, que ofereceu-se o Livro Sagrado ao Presidente "por
conter toda a instrução para uma vida tranquila e abençoada, quer na
família, quer na liderança do país”.
"Entendemos dar ao Presidente
uma Bíblia, para dizer que aquele é o melhor instrumento para conduzir a
sua liderança, fazer de Angola um país abençoado e, da sua governação,
uma marca para as futuras gerações”, disse o reverendo. "A Bíblia é um
livro incomparável no que toca à instrução, educação e orientação”,
salientou.
Ontem, foi a 18ª vez que fiéis de diferentes igrejas
em Angola reuniram-se à volta do mesmo púlpito para orar e agradecer a
Deus pela paz alcançada em 2002. A primeira, ocorreu, em 2003, um ano
depois da assinatura dos acordos de paz.
A leitura bíblica e o sermão
do culto, de ontem, a cargo de António Mussaqui, baseou-se no capítulo
1 do livro Samuel, versículos 2 a 7. Na pregação, o reverendo exortou
os angolanos a andarem de mãos dadas, apesar da diferenças partidárias,
como "uma das formas de se preservar a paz”.
Desincentivou "as
igrejas que se dedicam à extorsão dos fiéis” a pararem com esta prática.
"O papel da igreja não é extorquir o povo e dividir as famílias, mas
uni-las”, disse.
"A paz é um bem único”
Para
D. Filomeno Vieira Dias, arcebispo da Igreja Católica em Luanda e
presidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé, "a paz é um
bem único, irrefutável e constitutivo do bem-estar das pessoas, famílias
e nações”.
"Há ainda desafios? Sem dúvida! Muito que conversar? Sem
dúvida! Mas uma coisa é certa: como nação e povo, estamos todos
apostados em consolidar a paz, fortalecê-la e fazer com que nos
acompanhe do amanhecer ao pôr do sol”, frisou D. Filomeno.
O
bispo da Igreja Metodista Unida em Angola, Gaspar João Domingos, referiu
não ser "lícito apontar o dedo a quem está errado, mas o errado, para
ser corrigido”. "O que devemos lembrar é que problemas sempre haverá.
Quem está errado hoje pode estar certo amanhã e quem está errado hoje
pode estar certo amanhã. Os problemas é que devem ser resolvidos e não
nos combatermos entre nós”, defendeu.
O ministro da Cultura,
Turismo e Ambiente, Jomo Fortunato, salientou que, "apesar da
consagração constitucional da laicidade do Estado, as confissões
religiosas têm sido um parceiro na resolução de grandes problemas nos
sectores da educação e saúde”.
A mensagem da Igreja, disse, surge como complemento às outras, que têm sido dirigidas aos angolanos pelo Estado.
Marcaram,
igualmente, presença no culto ecuménico a vice-presidente do MPLA,
Luísa Damião, e os presidentes da UNITA, Adalberto Costa Júnior, e do
PRS, Benedito Daniel.
A presença do Presidente da República resultou
de um pedido que lhe foi feito, em Novembro do ano passado, na Cidade
Alta, pelos líderes das igrejas a operar em Angola. O pedido foi feito
pelo bispo da Igreja Metodista em Angola, Gaspar João Domingos, já no
final do encontro.
"A resposta é sim, estou aberto ao convite, ou
seja, aceito participar do culto ecuménico. Organizem e eu estarei
presente. E muito obrigado pelo convite”, disse, na altura, o Chefe de
Estado.
Na ocasião, João Lourenço afirmou, também, que o Executivo
conta, verdadeiramente, com a parceria das igrejas, em todos os
domínios, sobretudo no combate à corrupção, para o desenvolvimento
económico e social do país.
César Esteves MPLA reafirma compromisso com a consolidação da Paz
O
Bureau Político do MPLA mantém como tarefa prioritária e permanente a
aposta do partido na consolidação da Paz, da Democracia, Preservação da
Unidade e da Coesão Nacional, garante o órgão de cúpula do partido no
poder, numa declaração alusiva ao 4 de Abril.
De acordo com a
declaração, o Bureau Político do MPLA permanece fiel ao espírito
militante de garantir a participação plena dos cidadãos no reforço da
cidadania, da promoção da tolerância e respeito integral pela diferença
de opiniões.
Estas, refere, são "premissas indispensáveis à
construção e fortalecimento das instituições de um Estado Democrático de
Direito”, em que prevaleça a defesa pelos direitos fundamentais e o bem
comum.
O Bureau Político do MPLA, em nome dos militantes e
simpatizantes do partido, apoia, de modo total e incondicional, o
Presidente João Lourenço, na definição e materialização dos grandes
objectivos nacionais para a governação no período 2017-2022, valorizando
a implementação das políticas públicas que visam redinamizar a economia
nacional, promover o desenvolvimento humano e o bem-estar do povo
angolano.
"O MPLA, partido com responsabilidade e amplo sentido
de Estado, que melhor sabe interpretar e satisfazer as mais profundas
aspirações dos cidadãos, reitera que jamais abdicará deste legado
histórico a si atribuído pelo povo angolano, e que continuará a
trabalhar para reforçar as bases da democracia, a inclusão política e o
diálogo social”, lê-se na declaração.
O Bureau Político do MPLA
apela a todo o cidadão no sentido de transformar as comemorações do 19º
aniversário do Dia da Paz e da Reconciliação Nacional, numa jornada de
profunda reflexão e exaltação patriótica das árduas conquistas do povo
angolano e de firme manifestação de eterna gratidão aos artífices da Paz
e de outras conquistas nacionais.
Por ocasião do Dia da Paz e da
Reconciliação Nacional, o órgão de cúpula do partido no poder rende
"singela, mas grata, homenagem” a todos os heróicos filhos de Angola
que, com brio, dedicação e elevado espírito de sacrifício conquistaram a
paz.
Para o MPLA, a conquista da paz é das maiores referências
históricas pela dignificação humana dos angolanos, lançando as bases
para a consolidação da democracia multipartidária, a preservação da
unidade e da coesão nacionais, assim como a reconstrução e o
desenvolvimento do país.
"Nesta tão importante efeméride, em
alusão à data que permitiu o abraço fraterno e solidário entre irmãos
desavindos há vários anos, o Bureau Político do MPLA reitera o
compromisso de continuar a estimular iniciativas que mantenham os
cidadãos como protagonistas do processo de desenvolvimento, promovendo o
combate a todas as formas de corrupção, por ser uma prática que
fragiliza as instituições democráticas, a confiança do povo e dos
investidores no aparelho do Estado”, sublinha a declaração
Fonte: JA