Numa ronda efectuada pela ANGOP, na sexta-feira, ao Hospital Geral do Moxico (HGM) e Hospital Municipal do Moxico (HMM), os principais da circunscrição, constatou-se ainda que a falta de manutenção dos equipamentos concorre também para a paralisação destes serviços especializados.
Verificou-se que no HGM, a maior unidade sanitária da província do Moxico, com 300 camas, o serviço de Raio-X está há um mês inoperante devido a uma avaria provocada por oscilações de corrente eléctrica.
A coordenadora da comissão de gestão do HGM, Celma António, informou que os serviços de neurocirurgia estão suspensos por falta de técnicos especializados, uma vez que o hospital possui os equipamentos necessários para atender a demanda desde a sua inauguração, há cinco anos.
Fez saber que os pacientes do Moxico que buscam pelos serviços de Raio-X e de neurocirurgia são obrigados a se deslocarem para outras províncias do país
Referiu que o HGM, apesar de possuir serviços de hemodiálise em funcionamento, necessita de pelo menos um nefrologista, para se juntar aos técnicos de saúde que prestam assistência nessa área especializada.
O HGM, que atende mais de quatro mil pacientes por semana, conta com um corpo clínico composto por 40 médicos e 218 enfermeiros, entre nacionais e estrangeiros, número considerado insuficiente pela coordenadora da comissão de gestão.
Já no HMM estão igualmente paralisados as especialidades de cuidados intensivos, bloco operatório, neonatologia, área de estabilização e traumatologia.
De acordo com a directora do HMM, Georgina Esperança os referidos serviços estão inoperantes desde a sua inauguração, em 2014, devido a falta de especialistas.
O HMM, que atende em média diária mil e 300 pacientes, tem ainda a sua fábrica de oxigénio paralisada por falta de técnicos.
No entender de Georgina Esperança, o HMM carece de mais 20 médicos 100 técnicos de saúde para atender a demanda dos pacientes.
Georgina Esperança salientou que a unidade tem áreas que carecem de trabalhos de manutenção, devido a fissuras na sua estrutura, causando infiltração.
Ressaltou que parte das viaturas do HMM está avariada e necessita ser reparada, porém o hospital tem orçamento mensal de 11 milhões de kwanzas, valor considerado insuficiente para atender as despesas daquela unidade de saúde.
Revelou que o HMM tem uma dívida acumulada com a Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade (ENDE) avaliada em mais de nove milhões de kwanzas.
O HMM conta com oito médicos e 74 técnicos de enfermagem (15 licenciados e 35 profissionais do regime geral e apoio hospitalar).
Apurou-se que nos municípios do Alto-Zambeze, Luchazes e Lumeje-Cameia, os blocos operatórios dos hospitais locais estão inoperantes sem funcionar há mais de oito anos, por falta de médicos cirurgiões.
No município do Alto Zambeze, a 519 quilómetros da cidade do Luena, capital da província do Moxico, além do bloco operatório inoperante, o serviço de Raio–X e a morgue hospitalar estão igualmente paralisados.
Fonte: ANGOP