Segundo o diário digital Shine, dos seis casos confirmados, cinco são referentes a cidadãos chineses e o restante a um birmanês, tendo ainda sido diagnosticados três casos assintomáticos, que a China não inclui na contagem diária, provenientes do país vizinho.

Desde 27 de março que as autoridades chinesas não anunciavam casos de contágio local.

Os habitantes da cidade de Ruili, situada na província de Yunnan, deverão permanecer em casa durante uma semana, tendo as autoridades anunciado que vão realizar testes gratuitos à população, de 210.000 pessoas.

As autoridades decretaram o encerramento de todos os estabelecimentos comerciais, exceto os de produtos alimentares e as farmácias, autorizando apenas uma pessoa de cada agregado familiar a sair de casa para efetuar as compras necessárias.

Segundo o diário oficial chinês Global Times, o posto fronteiriço de Jiegao, que une os dois países, foi fechado até novo aviso.

A cidade anunciou uma campanha para combater a imigração ilegal através da fronteira com Myanmar, com uma extensão de 170 quilómetros, com sanções para os organizadores e participantes.

O golpe de Estado em Myanmar, em 01 de fevereiro, que depôs o Governo liderado pela Nobel da Paz de Aung San Suu Kyi, provocou protestos em massa, com a violenta repressão policial e militar a fazer pelo menos 521 mortos.

A repressão levou milhares de birmaneses a tentar sair do país em direção à Índia e Tailândia, mas a imprensa chinesa não faz menção a estes refugiados como possível origem do surto em Ruili.

A China recusou condenar oficialmente o golpe da junta militar.

Desde o início da pandemia, segundo as autoridades chinesas, 90.201 pessoas foram infetadas, tendo morrido 4.636 doentes.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.792.586 mortos no mundo, resultantes de mais de 127 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.