Saúde
30 Março de 2021 | 10h30

Mundo celebra Dia Mundial do Transtorno Bipolar

O objetivo dessa data é chamar a atenção de todo o mundo para os efeitos dos transtornos bipolares sobre a qualidade de vida e o convívio social do paciente. Tão importante quanto levar informação sobre como lidar com esse distúrbio é trabalhar medidas educativas para eliminar o estigma social a ele associado.

O dia 30 de Março foi escolhido em todo o globo como a ocasião oportuna para educar e sensibilizar a população sobre os riscos que essa doença representa, não apenas para o portador como para a saúde pública. Em resumo, o surgimento dessa data simboliza a chance de se trabalhar uma questão que desafia pacientes, familiares e profissionais de saúde.

Ainda que a causa exacta do transtorno bipolar não seja esclarecida, pesquisas sugerem que a origem do problema esteja associada a alterações nos níveis de importantes neurotransmissores coordenados pelo cérebro. Esse desajuste seria a base para o surgimento de episódios eufóricos alternados com depressão, a principal característica do distúrbio.

A doença afecta mais de 140 milhões de pessoas em todo o mundo e no país a situação não é diferente.

De acordo com o director clínico do Hospital Psiquiátrico de Luanda, Jaime Sampaio, só primeiro trimestre do ano em curso, o Banco de Urgência e as consultas externas registaram 80 casos de Transtorno Afectivo Bipolar.
Segundo o médico psiquiatra, este número já é preocupante, na medida em que o Transtorno Afectivo Bipolar é uma patologia sem cura, cujas reais causas ainda não foram devidamente estudadas.

Jaime Sampaio explica que o Transtorno Afectivo Bipolar é uma doença mental caracterizada por alterações contínuas do humor, sendo que algumas vezes os níveis de humor são altos (chamada mania ou hipomania) e outras baixam drasticamente, levando à depressão profunda.
"São aquelas pessoas que num determinado período estão muito alegres e noutros completamente tristes. Por isso, chamam-se bipolar, porque tem dois polos, um  maníaco e outro depressivo”, esclarece o psiquiatra.

Segundo o especialista, a doença está dividida em duas partes. Na primeira, "o paciente apresenta quadros de manias e de depressão com alguma relevância”. Na segunda, "o paciente demonstra mais episódios de depressão em relação às manias”.
"Esta patologia, quando não acompanhada convenientemente, pode evoluir para perturbações de ansiedade, obsessão compulsiva, transtornos de pânico, fobias e problemas de personalidade, principalmente os relacionados com a organização pessoal”.