Igor Matovic anunciou que propôs a troca de cargos com o ministro das Finanças, Eduard Heger, também membro do Partido do Povo Comum, e que Heger aceitou "o desafio”.
Heger indicou que vai abrir conversações com os parceiros da coligação sobre um
possível novo governo e que planeia encontrar-se com a Presidente, Zuzana
Caputova, esta segunda-feira para consultas.
A crise política na Eslováquia eclodiu há três semanas, quando foi revelada a
existência de um acordo secreto entre Bratislava e Moscovo para a compra de
dois milhões de doses da vacina russa Sputnik V.
A Eslováquia faz parte da União Europeia, que ainda não autorizou a vacina
russa.
Dois partidos membros da coligação de governo, Liberdade e Solidariedade e Para
o Povo, críticos da forma como o partido Povo Comum de Matovic tem gerido as
questões relacionadas com o combate à pandemia da covid-19, exigiram a demissão
do chefe do Governo como condição para a coligação sobreviver.
Matovic defendeu a compra da Sputnik V com o argumento de que permitirá acelerar
o programa de vacinação na Eslováquia.
Matovic concordou em demitir-se se o seu principal rival, líder do partido da
Liberdade e Solidariedade, Richard Sulik, e a ministra da Justiça, Maria
Kolikova, do partido Para o Povo, também se demitissem, o que ambos fizeram na
semana passada.
A crise levou já à demissão de seis ministros dos quatro partidos da coligação
de governo.
O Liberdade e Solidariedade rejeitou, entretanto, outras condições de Matovic,
incluindo um pedido para que o partido de Sulik desistisse de um dos seus três
ministérios.
Matovic anunciou este domingo que deixou cair todas as condições "para que a
coligação continue”.
Dois dos partidos da coligação - os conservadores do Para o Povo e os
populistas de direita Somos Família – anunciaram de imediato que aceitam o
plano do primeiro-ministro de saída para a crise.
Já o liberal Liberdade e Solidariedade, que se retirou da coligação até que
Matovic aceitasse demitir-se, disse que está pronto a regressar ao governo.
Fonte: LUSA