Amélia do Amaral Gourgel, de 71 anos, uma profissional de saúde reformada, tornou-se, ontem, a primeira angolana a ser vacinada contra a Covid-19 em Angola.
O facto aconteceu ontem, em Luanda, poucas horas depois de o país ter
recebido o primeiro lote de 624 mil doses de vacinas contra a Covid-19
AstraZeneca, produzidas na Índia, no âmbito da iniciativa Covax,
tornando-se, assim, no primeiro Estado dos Países Africanos de Língua
Oficial Portuguesa (PALOP) e no terceiro país africano a receber as
vacinas AstraZeneca, depois do Ghana e da Côte d’Ivoire.
A anciã
e outros técnicos da Saúde foram vacinados após a inauguração do
Depósito Central de Vacinas, instalado no bairro Palanca, município do
Kilamba Kiaxi, em Luanda. O médico Bravo da Rosa, da linha de frente no
combate à Covid-19, disse estar feliz por fazer parte do primeiro grupo a
ser vacinado em Angola. Afirmou que vai continuar na luta, tratando com
dedicação e profissionalismo todas as pessoas.
A ministra da
Saúde, Sílvia Lutucuta, que falava à imprensa após a recepção do
primeiro lote de imunizantes, disse que o Plano de Vacinação prevê, numa
primeira fase, profissionais da Saúde, doentes com comorbilidades,
professores, idosos, efectivos dos Órgãos de Defesa e Segurança e outros
que estão expostos constantemente ao risco de contágio.
A ministra
esclareceu que as duas doses da vacina AstraZeneca vão ser administradas
num período de oito semanas. As 624 mil doses disponibilizadas pela
Covax fazem parte de um lote de mais de dois milhões de doses que devem
chegar ao país até finais de Maio.
Sílvia Lutucuta informou
que até finais de Junho deste ano, o país vai imunizar 6,4 milhões de
habitantes com a vacina AstraZeneca, o que corresponde a 20 por cento
do Plano de Vacinação da Covax. De acordo com a ministra da Saúde, a
primeira fase de vacinação vai contemplar as províncias de Luanda,
Benguela e Cabinda, por serem as regiões com maior número de casos
positivos activos.
O Governo angolano, referiu Sílvia Lutucuta,
aderiu à iniciativa Covax em Julho do ano passado. Apesar da pressão
internacional na procura de imunizantes contra a Covid-19, frisou,
Angola tem iniciativas próprias para a aquisição de outras vacinas para
inocular a população.
A vacina AstraZeneca foi desenvolvida de
forma conjunta entre a Universidade Oxford e a Farmacêutica AstraZeneca e
está autorizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Agência
Europeia de Medicamentos.
Fonte: JA