Os jogos do Girabola'2020/2021 podem voltar a ser disputados à porta fechada em virtude dos constantes incumprimentos dos adeptos às medidas de biossegurança. A informação foi prestada, há dias, ao Jornal de Angola, por João Mulima, oficial responsável pelos protocolos da Covid-19 da Federação Angolana de Futebol (FAF).
Em reacção à ausência de distanciamento físico constatado entre os
adeptos nas bancadas em alguns jogos do campeonato, o especialista em
Medicina do Desporto deplorou o facto de o futebol estar a passar uma má
imagem e péssimo cartão de visita à sociedade.
"Tomámos
conhecimento do que ocorreu no jogo entre o Petro de Luanda e o 1º de
Agosto, por exemplo, e a verdade é que o público não cumpriu com as
medidas de biossegurança, não vendeu uma boa imagem, nem bom cartão de
visita. Faltou responsabilidade individual da parte dos espectadores. E
quando assim acontece, é preciso corrigir”, asseverou João Mulima.
As
correcções podem resultar no "recuo ao anterior cenário ou manutenção
do actual quadro”, coarctando a possibilidade do aumento gradual do
número de presença de adeptos nos estádios, actualmente fixado em 10 por
cento, segundo ainda o também director do Centro de Medicina do
Desporto.
"São medidas que estão à mesa para análise e, em função
daquilo que forem as decisões, depois de se terem ponderado todos os
prós e contras, tomar-se-á uma medida que ajude a corrigir a situação”,
esclareceu, tendo reiterado em seguida o repúdio à atitude do público.
"Tudo
aquilo que verificámos é algo que não pode continuar e vamos corrigir.
Vamos posicionar-nos em função da melhor situação a ser tomada”,
reiterou.
João Mulima explicou, por outro lado, que à excepção do
teste, os adeptos devem observar o distanciamento físico, as medidas de
biossegurança, como o uso obrigatório de máscara, lavagem e desinfecção
das mãos à entrada, e sem aglomeração ao passar por portões.
FAF ameaça aplicar multas
Os
adeptos estão de regresso aos estádios de futebol desde 18 de Janeiro
último, na sequência do Decreto Presidencial sobre a Situação de
Calamidade Pública. O acesso do público está limitado a 10 por cento da
capacidade máxima dos recintos desportivo, assim como a obrigatoriedade
do uso de máscara e o distanciamento físico.
Em comunicado, a FAF
manifestou a preocupação com o facto de se verificar em alguns jogos "de
forma amiúde o incumprimento total de tais normas por parte dos clubes
organizadores e do público” e apela aos clubes o "cumprimento estrito do
Decreto Presidencial sobre a matéria”.
"Os organizadores dos
jogos devem garantir o respeito das medidas de protecção contra a
Covid-19 acima expostas ou estarão sujeitos a multas pecuniárias. Em
caso de reincidência, a sanção será agravada com a realização de jogos à
porta fechada”, lê-se no comunicado.
Entre as restrições exigidas
pela CAF e a FIFA, no âmbito do "novo normal” imposto pela pandemia,
realce para a limitação no exterior e imediações dos estádios; a
circulação de pessoas deve ser limitada e condicionada e não está
autorizada a concentração de pessoas em número superior ao recomendado
pelas autoridades sanitárias.
As forças e serviços de segurança
devem promover a dispersão de concentração de pessoas quer no perímetro
dos estádios quer junto a centros de treino e via pública. Os clubes são
responsáveis pela higienização de todos os espaços.
Nos dias dos
jogos, recomendam ainda as entidades que superintendem o futebol, a zona
técnica deve estar "completamente delimitada e com controlo de
acessos”. O acesso deverá ter espaços para "monitorização da temperatura
corporal” e de circulação divididos com fitas que "permitam a
circulação de pessoas em sentidos opostos”.
A prática desportiva em
Angola voltou aos palcos em Dezembro do ano passado, com restrições,
nove meses depois de ter sido interrompida em Março, devido à pandemia
da Covid-19.
Fonte: JA