Internacional
08 Fevereiro de 2021 | 07h08

Egipto liberta jornalista detido há quatro anos

As autoridades egípcias libertaram, no sábado, um jornalista da Al-Jazeera, Mahmoud Hussein, após mais de quatro anos de detenção, disse o seu advogado.

"Mahmoud Hussein saiu em liberdade de uma esquadra da Polícia hoje à tarde, poucos dias depois do tribunal ter ordenado a sua libertação condicional enquanto aguarda a conclusão da investigação às acusações de ter publicado informações falsas e de pertencer a um grupo proibido", disse o advogado Gamal Eid.


De acordo com a defesa de Mahmoud Hussein, o jornalista terá de se apresentar numa esquadra de Polícia duas vezes por semana. A filha do jornalista, Zahraa Hussein, confirmou a notícia numa publicação na rede social Facebook, dizendo que o pai tinha chegado a casa.


A Al-Jazeera também noticiou a sua libertação. Hussein, um egípcio que trabalha para a televisão com sede no Qatar, foi detido no aeroporto do Cairo em Dezembro de 2016, quando chegava de férias com a família de Doha, informou a Al-Jazeera.


Desde a queda, em 2013, do Presidente egípcio e líder da Irmandade Muçulmana, Mohamed Morsi, - entretanto falecido - as autoridades egípcias e os meios de comunicação pró-governamentais classificaram a Al-Jazeera como o "inimigo nacional" do Egipto pela sua alegada simpatia para com os movimentos islâmicos. A cadeia de televisão, especialmente o seu serviço árabe, e o seu pessoal têm estado envolvidos na disputa política entre o Cairo e Doha.


As autoridades egípcias bloquearam o site de notícias da Al-Jazeera desde 2017, juntamente com dezenas de outros sites de notícias considerados demasiado críticos em relação ao Governo. A libertação de Hussein ocorreu um mês após o Egipto, a Arábia Saudita, os Emiratos Árabes Unidos e o Bahrein terem terminado a disputa com o Qatar, que começou em 2017 e incluiu os quatro países que romperam os laços diplomáticos e económicos com o Qatar.

Fonte: NM