As autoridades egípcias libertaram, no sábado, um jornalista da Al-Jazeera, Mahmoud Hussein, após mais de quatro anos de detenção, disse o seu advogado.
"Mahmoud Hussein saiu em liberdade de uma esquadra da Polícia hoje à
tarde, poucos dias depois do tribunal ter ordenado a sua libertação
condicional enquanto aguarda a conclusão da investigação às acusações de
ter publicado informações falsas e de pertencer a um grupo proibido",
disse o advogado Gamal Eid.
De acordo com a defesa de Mahmoud
Hussein, o jornalista terá de se apresentar numa esquadra de Polícia
duas vezes por semana. A filha do jornalista, Zahraa Hussein, confirmou a
notícia numa publicação na rede social Facebook, dizendo que o pai
tinha chegado a casa.
A Al-Jazeera também noticiou a sua
libertação. Hussein, um egípcio que trabalha para a televisão com sede
no Qatar, foi detido no aeroporto do Cairo em Dezembro de 2016, quando
chegava de férias com a família de Doha, informou a Al-Jazeera.
Desde
a queda, em 2013, do Presidente egípcio e líder da Irmandade Muçulmana,
Mohamed Morsi, - entretanto falecido - as autoridades egípcias e os
meios de comunicação pró-governamentais classificaram a Al-Jazeera como o
"inimigo nacional" do Egipto pela sua alegada simpatia para com os
movimentos islâmicos. A cadeia de televisão, especialmente o seu serviço
árabe, e o seu pessoal têm estado envolvidos na disputa política entre o
Cairo e Doha.
As autoridades egípcias bloquearam o site de
notícias da Al-Jazeera desde 2017, juntamente com dezenas de outros
sites de notícias considerados demasiado críticos em relação ao Governo.
A libertação de Hussein ocorreu um mês após o Egipto, a Arábia Saudita,
os Emiratos Árabes Unidos e o Bahrein terem terminado a disputa com o
Qatar, que começou em 2017 e incluiu os quatro países que romperam os
laços diplomáticos e económicos com o Qatar.
Fonte: NM