Política
20 Janeiro de 2021 | 09h36

Lourenço e Guterres avaliam situação política na RCA

O Presidente da República, João Lourenço, abordou ontem, por telefone, com o Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, a situação de segurança na Região dos Grandes Lagos (CIRGL), principalmente na República Centro-Africana.

Na última sexta-feira, João Lourenço recebeu, em audiência, a ministra da Defesa e da Reconstrução do Exército da República Centro-Africana, Marie Noelle Koyara, que foi portadora de uma mensagem do Presidente Faustin Archange Touadéra.
Ao falar à imprensa, no final da audiência, Marie Noelle Koyara disse desconhecer o conteúdo da mensagem, mas garantiu que, "num momento oportuno”, o resultado da sua vinda a Angola será conhecido.

Angola, na pessoa do Presidente João Lourenço, detém, desde 2020, por dois anos, a presidência da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos, da qual a República Centro-Africana (RCA) é membro. 

Em reacção à onda de contestação dos resultados das eleições presidenciais e legislativas, realizadas no seu país a 27 de Dezembro, pela oposição, por, alegadamente, terem sido fraudulentas, a enviada especial de Touadéra disse que "não se pode falar em eleições contestadas, porque a população aderiu em massa e as mesmas representam a vitória do povo centro-africano”. 
O envio da carta de Touadéra a João Lourenço ocorreu numa altura em que a RCA apresenta alguns focos de instabilidade, muito acentuado, sobretudo, depois da realização das eleições. 

Há dias, rebeldes que lideram u ma ofensiva contra o Governo de Faustin Archange Touaderá realizaram dois ataques simultâneos próximo da capital, Bangui, de que resultaram na morte de um soldado da paz rwandês e um ferido, segundo a Reuters. 
O Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, condenou os ataques e apelou às autoridades para assegurarem que os responsáveis sejam levados à Justiça.

 Sobre estes ataques, a ministra da Defesa e da Reconstrução do Exército da RCA disse que o objectivo dos rebeldes era impedir as eleições. "Mas, apesar dos actos ocorridos recentemente na capital, nós continuamos e afirmamos, mais uma vez, que o Governo está pronto e decidido a contrapor todas essas hostilidades e ataques à capital Bangui”.
A CIRGL foi criada com o objectivo de resolver questões de paz e segurança, após os conflitos políticos que marcaram a região, em 1994.

São membros da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos, além de Angola, o Burundi, a República Democrática do Congo, República Centro Africana, Rwanda, Sudão, Sudão do Sul, Tanzânia, Uganda, Zâmbia e República do Congo.
Angola substituiu a República do Congo na presidência rotativa por dois anos.

Fonte: JA