Internacional
15 Janeiro de 2021 | 17h15

Capitólio. "Xamã" pede perdão presidencial, diz que só obedeceu a Trump

acob Anthony Chansley, que se autointitula como "xamã", associado ao movimento conspirativo QAnon, é um dos detidos na sequência da invasão ao Capitólio que mais tem sido notícia. Primeiro porque se queixava dos alimentos que lhe davam na prisão (só come comida orgânica), e agora porque quer um perdão do presidente cessante, Donald Trump.

O advogado de Jacob Anthony Chansley, também conhecido como Jake Angeli, esteve esta manhã em entrevista na CNN, onde explicou que é importante não tratar as pessoas envolvidas no motim como "tolos" porque "uma grande parte da população passou a maior parte do tempo agarrada a todas as palavras do presidente Trump".

"O meu cliente não invadiu o Capitólio. O meu cliente teve as portas do Capitólio abertas para ele pela polícia do Capitólio. O meu cliente não tinha a cara tapada, não tinha um colete à prova de bala, não estava armado, não tinha abraçadeiras de plástico", disse Albert Watkins, sublinhando que Chansley "não quaisquer antecedentes criminais".

"Ele, assim como muitas pessoas marginalizadas neste país, sentiu-se em sintonia, de forma muito sólida, com o presidente Trump, ele sentiu que a sua voz, pela primeira vez, estava a ser ouvida", acrescentou, reforçando que o seu cliente "ama Trump, ouve-o, cada palavra".

"O meu cliente sentiu que estava a responder ao pedido do nosso presidente", defendeu o causídico. "Ele estava lá a convite do nosso presidente". Pode ouvir a entrevista completa abaixo.

Segundo a procuradora-assistente dos Estados Unidos, Esther Winne, Chansley permanecerá sob custódia no Arizona até uma audiência de detenção que será marcada durante uma primeira comparência no tribunal no início da próxima semana.

Chansley, que se tinha tornado conhecido pelo seu fato de peles e chapéu de chifre nos protestos pró-Trump por todo o país, está agora entre as dezenas de pessoas detidas na sequência da invasão do Capitólio por uma grande multidão de apoiantes do Trump.

Os desordeiros tomaram espaços da Câmara dos Representantes e do Senado, partiram janelas e bandeiras americanas e confederadas.

Recorde-se que já foram abertos mais de 170 processos relativos ao motim levado a cabo no dia 6 de janeiro, no edifício do Congresso, que culminou na morte de cinco pessoas, incluindo um agente de autoridade.

Pelo menos 70 invasores que já foram identificados, detidos e formalmente acusados, mas o procurador federal de Washington Michael Sherwin indicou que se espera deduzir acusações contra "centenas" de pessoas.

Fonte: NM