Economia
14 Janeiro de 2021 | 07h00

ENDIAMA regista perda de dois milhões de quilates de diamantes

A diamantífera angolana - Endiama registou uma perda, a nível global, de dois milhões de quilates de diamantes em 2020, devido à Covid-19 que assola o mundo desde Dezembro de 2019.

Tal perda representa um valor de 400 milhões de dólares, no geral, do que não se conseguiu produzir, quando se previa facturar USD 1,4 mil milhões (um bilião e 400 milhões de dólares). Entretanto, ficou-se apenas em um mil milhão de dólares.

De acordo com o presidente do Conselho de Administração da companhia, José Manuel Ganga Júnior, "só não ocorreram mais perdas porque a indústria trabalha cada vez mais com a dinâmica de retoma desde 2020”.

José Ganga Júnior frisou, durante o programa Grande Entrevista da TPA, que a estratégia passou por não parar a produção, mas diminuir apenas o pessoal, tendo em conta as restrições que se haviam imposto por conta da pandemia da Covid-19.

Situação real da produção do minério

Em 2020, o sector prévia  produzir 10 milhões de quilates de diamantes, mas só foram produzidos 7. 5  milhões de quilates.

Quanto à venda deste minério, o segundo mais expoetado do país, passa pela Sodiam, canal único para a sua comercialização.

O sector está estruturado para produzir, em média, um mil milhões (um bilião) de diamantes por ano, embora seja ainda considerado virgem, por ser pouco explorado. Grande parte dos investimentos nos sector, segundo o PCA da Endiama, são maioritariamente de origem estrangeira.

Ainda assim,  avançou o gestor, Angola pode tornar-se o terceiro maior produtor de diamantes do mundo, a julgar pela dinâmica existente, bem como as potencialidades em províncias como Malanje e Uige, além de várias outras.

Diagnóstico do potencial diamantífero do país

Catoca continua a ser o projeto emblemático mais rentável, tendo em conta que  produz 80% dos diamantes extraídos no país, por conta da organização, estrutura, e meios técnicos,

Actualmente, existem 260 cooperativas de exploração diamantíferasl contra as 750 cooperativas para exploração artesanal de diamantes, existentes em 2017.

José Ganga Júnior avançou também, na ocasião, que o garimpo ou produção artesanal de diamante vai desaparecer ou será extinta em dois anos.

"Cada projecto é um projeto, mas quem não funcionar como mandam as regras, será extinta. Temos empresas que existem há mais de 10 anos, todavia não entregaram nenhum valor à Endiama", ressaltou o gestor.

Por outro lado, afirmou ser indispensável que a actividade do sector traga riquezas ou minimize as questões da pobreza, fundamentalmente nas zonas ou regiões onde são explorados esse recurso natural.

"Preocupam-nos os níveis de pobreza nas regiões onde são explorados diamantes", disse o responsável, que trabalha no sector há décadas.