COVID-19
12 Janeiro de 2021 | 10h39

Cientistas desenvolvem vacina de dose única contra a Covid-19

A vacina - até ao momento testada em ratos - conseguiu estimular a produção de anticorpos neutralizantes em índices pelo menos duas vezes superiores, comparativamente a quem foi infetado pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, causador da doença da Covid-19.

O bioquímico Peter S. Kim, que está à frente de um laboratório na Universidade Stanford, nos Estados Unidos, juntamente com uma equipa de investigadores pretende criar uma vacina de dose única que não necessite de cadeia de armazenamento e de ser transportada a baixas temperaturas, nomeadamente entre os oito e -70 graus Celsius, conforme explica um artigo publicado na revista Galileu.

"Se formos bem-sucedidos nisso, [o imunizante] poderia ser mais barato também", afirmou o cientista, num comunicado emitido à imprensa. 

O estudo divulgado no ACS Central Science, relata que a vacina é composta por nanopartículas cravejadas com as mesmas proteínas presentes na superfície do novo coronavírus, ou seja as denominadas proteínas spike - que possibilitam que o SARS-CoV-2 infete e se fixe nas células humanas. 

Entretanto, essas estruturas operam igualmente como antígenos, e como tal a sua presença no organismo suscita uma resposta imunológica. 

Segundo os investigadores de Stanford, as vacinas que recorrem a vírus para prover o antígeno funcionam melhor na maioria das vezes, relativamente às que contêm somente partes virais isoladas. Porém, levam mais tempo a ser produzidas, necessitam imperativamente de ser conservadas em refrigeração e apresentam um risco superior de provocar efeitos secundários. Ao invés, vacinas de ácido nucleico, tais como as das farmacêuticas Pfizer e Moderna, são feitas rapidamente ainda que sejam mais dispendiosas e requeiram a toma de várias doses.

Todavia, e de acordo com a revista Galileu, a vacina de nanopartículas desenvolvida em Stanford mostrou ser eficaz só com uma dose em testes realizados em laboratório em ratos.

Os académicos esperam ainda que o novo imunizante possa ser conservado à temperatura ambiente.

"Esta ainda é uma etapa inicial e há muito trabalho a ser feito", refere Abigail Powell, principal autora do artigo.

"As vacinas são as conquistas mais profundas da pesquisa biomédica. São um recurso incrivelmente económico para proteger as pessoas contra doenças e salvar vidas”, conclui Peter S. Kim.

Fonte: Lifestyle