Saúde
03 Maio de 2023 | 09h45

Cancro uterino lidera gráfico nos Serviços de Oncologia da Huíla

O cancro do colo uterino liderou o gráfico de casos registados no primeiro trimestre do ano em curso no serviço de oncologia do hospital regional do Lubango “Dr. António Agostinho Neto”, com 41 por cento dos 170 diagnósticos, registando quatro mortes, menos uma que o período homólogo.

A informação foi avançada hoje, quarta-feira, no Lubango, pela coordenadora do Registo do Cancro na Huíla, Eliane Azevedo, que em declarações à ANGOP referiu que comparativamente ao igual período de 2022 há um aumento de nove por cento. Outro tipo que vem a seguir na estatística é o da mama, com 24 por cento dos diagnósticos, mais quatro em relação ao ano anterior.

Referiu que do número de casos diagnosticados (170), 82 afectaram mulheres, correspondendo a 48 por cento, sendo os pacientes dos 15 aos 59 anos. Deles, 135 são da Huíla, distribuídos 99 no Lubango, sete na Matala, cinco na Chibia, ao passo que outros 35 são vieram de outras províncias.

Frisou que a nível dos estágios, 93 por cento dos casos estavam entre primeiro e terceiro, sendo que apenas três por cento estavam no quarto, o que representa que maior parte dos diagnósticos tinham um bom prognóstico.

Quanto a disponibilidade em meios de diagnóstico, Eliane Azevedo ressaltou que a província "está bem servida”, tendo o hospital uma sala de radiologia com serviços de tacto, ressonância e um laboratório de anatomia patológica.

Informou que os pacientes ao nível da cirurgia não têm queixas, disse a fonte, pois são assistidos por vários cirurgiões gerais e uma especialista em cirurgia oncológica.

Salientou que no momento têm em construção uma sala de quimioterapia que poderá aumentar a disponibilidade de tratamento na província.

"Os pacientes com cancro depois de passar numa cirurgia precisam de radioterapia ou quimioterapia, como ainda não temos isso são encaminhados para Luanda”, disse.

A coordenadora apelou às mulheres a ficarem mais atentas a tudo que acontece no seu corpo, que saibam analisar sempre que alguma coisa não está correcta e acudir o mais cedo possível, porque o cancro quando diagnosticado atempadamente, o prognóstico é melhor, com mais oportunidades de sobrevivência.

O cancro do colo do útero é uma lesão invasiva intra-uterina ocasionada principalmente pelo papilomavírus humana (HPV). Pode se manifestar através de verrugas na mucosa da vagina, do pénis, do ânus, da laringe e do esófago.

É uma doença que costuma progredir de forma lenta, podendo levar mais de 10 anos para se desenvolver, sendo o segundo tumor mais frequente entre as mulheres, perdendo apenas para o cancro da mama.

Este tipo de cancro desenvolve-se no colo do útero, que é a zona de entrada para o útero a partir da vagina. Afecta principalmente as mulheres sexualmente activas, com idades compreendidas entre os 30 e os 45 anos.

O cancro do colo do útero pode ser, frequentemente, detectado na sua fase inicial e prevenido através de testes de rastreio regulares. Se detectado precocemente, é um dos cancros com maior sucesso de tratamento